segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Museu paleontológico debaixo de água

mamute, água, paleontologia

As águas do Volga podem ocultar um enorme cemitério de mamutes. Ossos desses antigos animais foram encontrados no fundo do rio por mergulhadores, sendo que nos últimos tempos chegam notícias cada vez mais frequentes de semelhantes achados. Os cientistas assinalam que os ossos estão muito bem conservados e são de enorme interesse para a ciência.

Os ossos de mamute ficaram debaixo da água durante mais de cem mil anos. São grandes e pesam algumas dezenas de quilos. Os mergulhadores encontraram-nos casualmente. Na água turva, os mergulhadores não entenderam imediatamente que objetos estavam no fundo. Decidiram nadar para mais perto. E não lamentaram, conta o mergulhador Andrei Tatarov:

 “A primeira ideia foi de que se tratava de uma tora. Depois olhei, vi formas muito precisas e, vendo de perto, distingui anéis de anos num corte. Veio-me logo à cabeça – é uma presa de elefante!”

 Os fragmentos do esqueleto – presa e cúbito – estavam a uma profundidade de 15 metros. Depois que os trouxeram para a margem, os paleontólogos começaram a estudá-los. Verificou-se que os restos pertenciam a um mamute adulto e a um filhote. A esta conclusão chegaram os cientistas do Museu de Ecologia da Evolução e Arqueologia de Volgogrado, que foram os primeiros a examinar os ossos. Segundo os especialistas, os animais provavelmente se afogaram quando tentaram atravessar o rio a vau. Além disso, os paleontólogos supõem que este achado pode não ser o último. Segundo eles, no fundo do Volga pode estar um verdadeiro cemitério de mamutes.

 Têm sido encontradas presas em diferentes partes da região de Volgogrado. Por exemplo, em janeiro, salva-vidas também encontraram parte de ossos de mamute no fundo do rio, perto da região central de Volgogrado. Mergulhadores encontraram-nos casualmente, durante treinamento e levaram-nos para a margem.

 Entretanto, este achado é especial. Cientistas de Volgogrado supõem que estes ossos podem pertencem a um animal que não estava coberto de pelos. Neste caso, trata-se de animal muito mais antigo, o antecessor do mamute – o mamute-da-estepe (Mammuthus trogontherii) – assinalou o paleontólogo da Academia de Ciências da Rússia, Evgueni Maschenko:

 “O mamute-da-estepe não era coberto de tantos pelos como o mamute comum, mas ele nunca foi visto. E nunca encontraram seus corpos congelados, diferentemente dos mamutes. Nós podemos supor que o clima era um pouco mais brando e este era já um elefante, que se adaptou à vida em clima frio.”

 Em breve os cientistas esperam fazer uma expedição maior. Quem sabe, talvez, o Volga realmente oculte um rico museu paleontológico debaixo de água.

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